Curitiba, hoje, amanhã e desde então (Os botânicos sem flor).
Curitiba,
a cidade dos pecados perdidos em trilhos enferrujados.
Dos trens que adormecem calmos
e comem carvão frio.
Curitiba,
de infinitas garotas e mãe da minha solidão.
Estátuas de guerrilhas e pátria.
A rosa queima no vermelho fogo,
e arde em teus dedos o fósforo aceso.
Das garotas de lábios gelados,
e cachecóis na garganta.
Em altos prédios com escadarias infinitas.
Algo que só lembra a saudade no centro da cidade.
Passo pelos botânicos sem flor.
Me calo quando vejo as fontes de odor.
Sigo, sem poder te achar.
É a cidade solidão,
implorando ser acompanhada.
Hoje... desde então.
Ela chora pelas alamedas e largos gelados.
Te receberia de braços estendidos,
largado sobre as calçadas escaldantes.
Sonhos, ambulantes. Carros do sonho, e doces.
Eu imploro e oro pelos dias que irão vir.
Eu espero e deterioro pelos dias que passaram por mim.
- Hudson Henrique.
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