DOCE TERRA ONDE NASCI
Sergipe, Aracaju, Porto Dantas.
Nas suas ruas fui criança
Onde lá corri e brinquei,
Tenho ainda à lembrança
Dos amigos de infância
E dos verdes aonde andei.
Trago em minha memória
Parte de sua história;
Dos mangues e canaviais.
Dos lindos pés de coqueiros,
Da salina e seus viveiros
E das marés nos manguezais.
De palmeiras tão majestosas
Tão lindas quanto as rosas
Do mais bonito jardim
E ao longe eu avistava a "barra"
Que num "azul-cinza" ficava
No horizonte sem fim.
Lá o sol brilha mais forte,
E com os ventos mornos do norte
Chuvas repentinas vêm.
Noites quentes tropicais,
Frescor da brisa que cai
E aurora que igual não tem.
Em sua faixa litorânea
A Atalaia, a soberana,
Se impõe, seduz, é sem par.
Beleza praiana que é ímpar,
Fascina, encanta, é tão linda
O quanto é lindo o seu mar.
Reecordo-me com saudades
Daquelas morenas tardes
No colégio onde estudei
E do recreio com os colegas;
Dos doces que na "Budega"
Tantas vezes apreciei.
Lembro-me que na partida,
Para uma terra desconhecida,
Na despedida chorei,
Deixando meu lar pra trás,
Humilde mas tinha a paz
Que para onde fui não achei.
Mas um dia fui de regresso,
Demorei, eu sei, confesso,
Mas fui rever meu lugar.
Doce terra onde nasci
E ainda que lá não cresci,
Não vou deixar de amar!