MILONGA DO INFINITO
Igual olhar benfazejo
Da amorosa tirana
Se adensando nos ares
Radicada ou haragana
Assim avulta a milonga
Tão recatada e profana
Tem seus meneios de musa
Embuçalando o teatino
É contradança dos ares
Dissuadindo o peregrino
Tal e qual o vento norte
Regalando desatinos
Parece anseio de moça
Que espera o que não conhece
Parece ânsia de fêmea
Que à noite recrudesce
Parece fogo de viúva
Que não se apaga com prece
Bem lá, num fundo de campo
Em que o silêncio é toada
Vibra um assovio de vida
Com uma saudade incrustada
Quem tem seu olhar pra dentro
Pode cerzir a estrada
Mate, café de cambona
Minúcias do dia a dia
Vai singrando no entorno
Em modesta sinfonia
Feito coplas do exílio
Que se alastram fugidias
Um dia viemos assim
Nesse mistério adstrito
Não importam os caminhos
Fica o dito por não dito
Com as saudades impressas
Na milonga do infinito.
Igual olhar benfazejo
Da amorosa tirana
Se adensando nos ares
Radicada ou haragana
Assim avulta a milonga
Tão recatada e profana
Tem seus meneios de musa
Embuçalando o teatino
É contradança dos ares
Dissuadindo o peregrino
Tal e qual o vento norte
Regalando desatinos
Parece anseio de moça
Que espera o que não conhece
Parece ânsia de fêmea
Que à noite recrudesce
Parece fogo de viúva
Que não se apaga com prece
Bem lá, num fundo de campo
Em que o silêncio é toada
Vibra um assovio de vida
Com uma saudade incrustada
Quem tem seu olhar pra dentro
Pode cerzir a estrada
Mate, café de cambona
Minúcias do dia a dia
Vai singrando no entorno
Em modesta sinfonia
Feito coplas do exílio
Que se alastram fugidias
Um dia viemos assim
Nesse mistério adstrito
Não importam os caminhos
Fica o dito por não dito
Com as saudades impressas
Na milonga do infinito.