MUDARAM TROPILHAS, E OS HOMENS DE AGORA...

MUDARAM TROPILHAS, E OS HOMENS DE AGORA...

Mudaram tropilhas, e os homens de agora

deixaram esporas nos ganchos do tempo;

Mataram a sede nas sangas compridas...

…cuidaram a vida cruzar, como o vento.

A poeira dos rastros, nas voltas de estrada,

ficara velada num rumo vazio.

Há cascos rachados sem peso na terra…

…e a tropa não berra por dias a fio.

Os homens de agora emalaram ponchos…

…tombaram sombreiros, juraram ser tarde;

De marcha batida, minguando um retorno

por não serem donos das próprias verdades.

Os potros de agora – andantes das horas –

pastejam demoras, na soga da espera.

Na muda da vida: saudade e distância

Na voz das estâncias: silêncio e tapera.

Adaga amolada na pedra do ego…

…tão logo, o fio cego pra os males da alma.

As rédeas sem tino, de trança judiada…

…são cruzes pesadas ao couro das palmas.

Os olhos resguardam amargos e dores.

Pelos corredores, há mais do que pó.

O homem de agora, tomba e não se ergue…

…porque não consegue jamais ser um só.

Mudaram tropilhas, e os homens de agora

se vão – campo à fora – de atrás do caminho

da ilusão perdida que assim os conduz

à – pobres de luz – findarem sozinhos.