O HOMEM NORDESTINO
É um homem pobre
Por viver com sacrifício
Mas constrói a sua vida
Apesar de ser difícil
Suas mãos são calejadas
Do cabo de uma enxada
Que se torna seu benefício.
Com os braços nus
Pés descalços sobre o chão
Vai seguindo a sua estrada
Em rumo da plantação
Ainda de madrugada
Vai seguindo a sua estrada
Na luta por o seu pão.
Seu assento é um banco
Sua arma é um facão
São três trempes de pedra
Que constrói o seu fogão
Convive na tal poeira
Seu fogo vem da madeira
Em vez do gás de bujão.
É um rádio de pilha
Que lhe transmite a comunicação
Ao entardecer agradece a Deus
Com uma simples oração
Seu transporte é um jumento
Um dos troços mais lentos
Encontrados pelo sertão.
A seca sua tristeza
A chuva sua alegria
Seu lápis é uma enxada
A roça sua fantasia
Desde o alvorecer do sol
Sua rotina é uma só
Até o final do dia.
Mas apesar de ser tão pobre
Vive com dignidade
Carrega no seu rosto
Marcas de felicidade
Por trazer no coração
Sua velha tradição
Que é a sua identidade.
É um cachorro vira-lata
O seu cão de confiança
Vem da divina mão de Deus
Toda a sua segurança
Apesar de já cansado
Sua Maria tá de lado
Com um bocado de criança.
Também existe fauna e flora
Dentro desse sertão
Que é o motivo da alegria
De toda população
Que apesar de sua pobreza
Seu povo tem uma riqueza
Por nome de EDUCAÇÃO.