NOITE NO PAGO...

Morre a tarde agonizante

na mortalha claridade

com o Sol que vai se pôr

nalgum lugar da saudade

um pouco além desta mata

numa visão que maltrata

o gaúcho da cidade.

É a noite que vai chegando

tingindo de breu o céu,

semeando as estrelas,

todas jogadas ao léu

em luzes, então formando,

que aos poucos vão criando,

o mais luminoso véu.

A Lua, então, se faz cheia

no cenário que espero.

Já sopra uma brisa fresca

que eu recebo e venero

e no pampa enluarado

se escuta pra todo lado

o cantar do quero-quero...

É noite, espalho o pelego

sem requinte nem luxo

e sorvendo meu chimarrão,

após um dia de repuxo,

neste quadro que me enaltece

faço a Deus uma prece

dando graças por ser gaúcho!

Rui E L Tavares

Rui E L Tavares
Enviado por Rui E L Tavares em 15/08/2019
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