Caminho com as formigas

Caminho com as formigas,

arrepare não,

se tu, desgarrado da delicadeza,

senta a peroba no chão.

MADEEEEEEEEIRA.

O bicho é o grão da rosa

(a colmeia noiteia, o beija-flor acorda),

do morro

à caatinga,

na cruviana

e na prosa

(mas a Guimarães,

um Jalapão de soja).

Do bangalô,

o aboiar da lua

cinza o veneno do campo,

que deixa tudo mais bonito à mesa;

e um desalento, entanto.

E o dito cujo, ali de cima,

o da peroba no chão,

acha pinguela pequena,

não comia a plantação.

Versejo como quem molha a moringa no medo.

E o caboclo ribeiro?

vai te guardar o mundo quando o pau quebrar?

Ou vai partir?

Do mato vazio,

que atravessa o poema no meio,

vai te guardar o mundo quando o pau quebrar?