O fogo do dia
Inicia-se o ritual do fogo
mãos se esfregam
e tocam as cinzas mornas
Há brasas preservadas
Delicados sopros devolvem a vida
ao vermelho que agoniza
no interior do carvão
palhas secas sobrepostas
são o toque que não falha
A lenha úmida ameaça atrasar o café
Um giro nos gravetos põe fim à ameaça
suspira, enfim, a chaminé
As labaredas da pira atiçam a primeira alegria
um sorriso olímpico seca as lágrimas de fumaça
A partir de então nada apaga o fogo do dia