O fogo do dia

Inicia-se o ritual do fogo

mãos se esfregam

e tocam as cinzas mornas

Há brasas preservadas

Delicados sopros devolvem a vida

ao vermelho que agoniza

no interior do carvão

palhas secas sobrepostas

são o toque que não falha

A lenha úmida ameaça atrasar o café

Um giro nos gravetos põe fim à ameaça

suspira, enfim, a chaminé

As labaredas da pira atiçam a primeira alegria

um sorriso olímpico seca as lágrimas de fumaça

A partir de então nada apaga o fogo do dia

Maria do Carmo Fraga (Mariana Mendes)
Enviado por Maria do Carmo Fraga (Mariana Mendes) em 23/07/2019
Reeditado em 19/06/2023
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