De Mato Grosso eu cheguei
Pra falar do Pantanal,
De tudo que lá deixei,
Trouxe amostra num bornal.
Do cantar da seriema
Trouxe uma ária afinada,
Pois seu canto vale à pena
Na memória ser guardada.
Do Tucano colorido
O arco-íris que voa,
Eu guardei no meu sentido
Lembranças de coisas boas.
Fiz fotos das Capivaras
Das Antas e Jabutis
E de tantas aves raras
Que não se vê por aqui.
Gotas d’água pantaneira
Eu guardei pela pureza
E as lembranças verdadeiras
Do que há na natureza.
Têm onças, quatis, veados,
Garças brancas, tuiuiús,
Araras e papagaios,
Juritis e Jaburus.
Jacarés banhando ao sol,
Piranhas e sucuris,
A pesca só com anzol,
Predador não vai ali...
Lembranças tão bem guardadas
Aqui dentro do Bornal
Por meu peito escaneadas,
Recuerdos do Pantanal.
Do moreno pantaneiro,
De quem lembro com carinho,
Guardei o jeito brejeiro
E o seu beijo tão docinho.
Das noites enluaradas,
O rasqueado, as canções,
Nas vozes apaixonadas
Que acompanham os violões.
Mato Grosso, tão amigo,
Hoje vivo em outro lugar,
Mas tu sabes que és querido
E que pra ti vou voltar.