Festa do Milho - Show e Rodeio
No amplo espaço cercado de muro
Churrasco, sanduba, quitutes, folguedos...
Um parque enorme com muitos brinquedos.
Arena lotada, boi brabo...ai, que medo!
Aqui nesse templo de audácia e de glória.
O touro e o peão são da festa os atores.
Em oito segundos alcançam a vitória.
Ou provam da areia, o gosto e os odores.
Me alembro das roças! Em torno da ermida
Juntava-se o povo cantando louvores;
Curvando e chorando, em preces doídas.
Em preito e em respeito ao passar dos andores.
Aqui a arena se enche de gente
Que vai ao delírio ouvindo cantores.
Que apupa e grita e xinga horrores
Se o show do artista não a deixa contente.
E em meio ao caos e às banalidades,
E surdos aos gritos e alheios às dores,
Os homens de bens e as autoridades
Se cobrem de pompas e despem pudores.
Esquecem que a festa é um bem popular
E como a gordura do leite dormido,
Emergem acima do povo sofrido
E azeda... e fede... e faz vomitar.
Mauro Pereira
No amplo espaço cercado de muro
Churrasco, sanduba, quitutes, folguedos...
Um parque enorme com muitos brinquedos.
Arena lotada, boi brabo...ai, que medo!
Aqui nesse templo de audácia e de glória.
O touro e o peão são da festa os atores.
Em oito segundos alcançam a vitória.
Ou provam da areia, o gosto e os odores.
Me alembro das roças! Em torno da ermida
Juntava-se o povo cantando louvores;
Curvando e chorando, em preces doídas.
Em preito e em respeito ao passar dos andores.
Aqui a arena se enche de gente
Que vai ao delírio ouvindo cantores.
Que apupa e grita e xinga horrores
Se o show do artista não a deixa contente.
E em meio ao caos e às banalidades,
E surdos aos gritos e alheios às dores,
Os homens de bens e as autoridades
Se cobrem de pompas e despem pudores.
Esquecem que a festa é um bem popular
E como a gordura do leite dormido,
Emergem acima do povo sofrido
E azeda... e fede... e faz vomitar.
Porto Alegre, 22/03/2014