mudança de hábito

Se voimecês axa istrãio

só sei q’eu mermo num axo

c’as mulé antigamente

num uzava constantimente

a peça íntima dibaxo

Era uma saia rodada

na zaltura do carcanhá

umas lizas ôtras instampada

a qui quisesse uzá

o vento alí circulava

ainda facilitava

na ora de xixizá

Mai Xica de Mané pêdo

invertô de inventá

de uzá uma carcinha

pramode a saia incurtá

e já certa do seu prano

garrô um taco de pano

e começô custurá

Custurô ficô bem feito

fei tudo cum pricizão

pru ingano ô pru querê

ô pru num tê atenção

o pano dessa custura

foi d’um saco de ração

Dispoi incurtô a saia

tirô prega butô linha

preparô- se para ir

pru’a novena qui tinha

dexô de lado a mania

e a partí daquele dia

só ia andá de carcinha

Preparô-se pra novena

se axando bem mai terna

as mulé admirada

cum a atitude moderna

e um cabra lá sentado

cum zoiá arregalado

oiando pra suas pernas

E ela assim mei sem jeito

in vê a coisa misquinha

daquele cabra atrevido

qui tava fora da linha

e perguntô ô rapai

responda se fô capai

nunca viu uma carcinha?

O cabra respondeu, Já

uma, duas, cinco, seis

mai cum o nome qui se vê

ração pra pinto crecê

garanto pra voimeçê

essa é a primeira vez.

POETA PICAPAU
Enviado por POETA PICAPAU em 17/05/2019
Reeditado em 17/05/2019
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