Versos a Virgulino
Poeta Antonio Agostinho
De Virgulino Ferreira
Quero falar com ironia
Cangaceiro nordestino
Que viveu da pontaria
Depois que virou bandido
Fez meu nordeste querido
Temer sua covardia
Como bandido sagaz
Nunca temera o poder
Atormentou muita gente
Fez muito pobre sofrer
O filho de Zé Ferreira
Matou gente a vida inteira
Deixou depois de morrer
No seu bom torrão natal
Virou fera desumana
Não respeitava ninguém
Na terra pernambucana
Seu rancor de bandoleiro
Transformava o bom roceiro
Num verdadeiro banana
Pernambucano valente
Figura do destemor
Almocreve quando jovem
Depois grande malfeitor
Esse bandido inconteste
Amedrontava o nordeste
Deixava tudo em pavor
Eu falei de Virgulino
O famoso Lampião
Personagem do cangaço
Interventor do sertão
Que em nome da liberdade
Fez muita perversidade
No seu querido torrão
Esse bandoleiro nato
Virou grande cangaceiro
Fez fama pelo nordeste
Também no Brasil inteiro
O seu progresso impudico
O levara até Angico
Para o golpe derradeiro
A missão de Virgulino
Nunca lhe deu grande sorte
Começou quase criança
No velho Leão do Norte
Atormentar o nordeste
Findou como cafajeste
Nos braços toscos da morte
No pé da gruta de Angico
Houve o primeiro trompaço
Com Virgulino Ferreira
Que nos dera o último passo
Ali morrera a história
Da maldita trajetória
Do grande rei do cangaço