O PAMPA NU

Será um pacholento verão

diz o vivente num suadouro só.

O ambiente derrete-se em luzes

pássaros abrem a cortina do dia.

Dois quero-queros sibilam

o seu canto de mornas asas,

ninhos rasteiros, em alvorada.

Saudoso da querência abre-se

– engasgado – o poema bagual

enlameado de barro, primaveras

e o cricrilar dos grilos.

É sempre estridente o canto de proteção das crias.

– Do livro inédito A BABA DAS VIVÊNCIAS, 1978:2018.

https://www.recantodasletras.com.br/poesias-regionais/6508689