Pavãozinho

Afuá, Rio Fábrica, 27 de janeiro de 2018.

Meu Pavãozinho Paraense

anda devagar por cima da palha

vai bem sorrateiro espiar os homens

quem já acordou e quem tá puindo a rede

Pescoço tão enxerido

perna tão de caniço

Voou

Voou

Voou pra jaranduba

Tão pavãozinho nativo

pega o turu pra render a bóia

vê o cachorrinho comer o resto

dos donos que pelhanca só frango insosso

Pena da cauda aberta

bica a lagarta descoberta

Voou

Voou

Voou pra jaranduba

Eh Pavãozinho do Pará

repara se tem cobra por onde pisas

Combóia tá esgueirada ali na lama

Parecem certa gente que vivem do mal

Instinto te abre as asas

Voou por cima das rasas

Voou

Voou

Voou pro alto das vistas