Ô Manaus, olhai vossos filhos
Ô Manaus
Por que teus filhos se matam?
Por que jazem infernizando?
Ô Manaus
Por que não ensinastes os teus filhos a orar?
Por que endemoniam-se?
Ô Manaus
Vede, os teus filhos sofrem por conta dos malcriados.
E padecem em prantos os seios.
Ô Manaus
Quando voltarás a ser a mãe que outrora fostes?
Por que não apieda-te dos que pagam?
Já não basta os problemas da educação?
Já não basta os agonizantes nos leitos?
Já não basta os pobres mendigantes?
Já não basta a fome que assola-nos?
Já não basta a miséria do teu povo?
Já não basta os alimentos industrializados?
Já não basta a crise?
Ô Manaus
Neste Natal, foram poucos os fogos.
Foram muitos os mortos.
E não houve "sorte" que pudesse melhorar
O "azar" que tomou conta do dinheiro.
E a política anuncia um número
A verdade que o número é maior do que o dobro anunciado.
A "Igreja" fica falando do mato
Enquanto o homem puxa descarga mandando sua alma pro ralo.
Ainda dizem que querem paz
Aqueles que fazem guerra.
Ô Amazonas
Lembra-te do povo "apoiado ao canhão"?
Cadê os "homens livres na planta no chão"?
Onde está a "esperança que luta"?
É, o "viver é destino dos fortes"
E espero que em nossa veia
Corra o sangue que nos faz tão fortes
Quanto nos ensina tu.
Ô Manaus
Reza a Deus para que Ele de nós tenha piedade.
Para que nos dê força.
E que se essa é a justiça,
Que soframos com paciência.