MURMÚRIOS SOBRE O TELHADO
NO SERTÃO CANTA A CHUVA FACEIRA
GOTAS D'ÁGUA SÃO BENÇÃOS DO CÉU
BRILHAM NA TERRA DESCENDO A LADEIRA


CRIANÇAS PULAM ENCHARCADAS
SORRIEM DE BRAÇOS ABERTOS
AS REZAS TROUXERAM ÁGUAS DOCES
ECOS DE GRATIDÃO DOS MAIS VELHOS


O VERDE RENASCENDO NA SERRA 
NAS PLANTAÇÕES REBENTAM SEMENTES
ESPERANÇA EM NOVAS COLHEITAS
O OLHAR SERTANEJO CONTENTE


COISAS ASSIM FAZEM MEDITAR
GOTAS DE SONHOS GERMINAM NO CHÃO
A FÉ FORTALECE UM POVO E FAZ CAMINHAR
VÊ! HÁ MANDACARUS FLORIDOS NO SERTÃO



Interação do nosso amigo Jacó Filho. Um belo Soneto!


CÉU VERMELHO


O AR SECO E O AMBIENTE SE FAZEM INÓSPITO
O SOL INCLINADO, PINTA O CÉU VERMELHO
O SERTÃO QUEIMADO, POR FALTA DE CONSELHO
JÁ É UM SEMIDESERTO QUE ENTRARÁ EM ÓBITO

O TEMPO PASSA, MAS A CONSCIÊNCIA NÃO VEM
O SANGUE SE DESTACA NAS CORES VESPERTINAS
O SOLO DEGRADADO, E UM CALOR QUE CALCINA
LEVA O HOMEM A ARGÜIR SE DEUS É DO BEM

O MANDACARU RESISTE, MAS AINDA NÃO FLORA
O UMBUZEIRO SABIDO ESBANJA SABEDORIA
RESERVANDO A SUA ÁGUA ENQUANTO ELA EXISTIA

O HOMEM NÃO APRENDEU, E POR ISSO CHORA
A NATUREZA SE AJUSTA, MAS ISSO O CONTRARIA
E AS ESTAÇÕES DO ANO REVEZAM FORA DO DIA



 
Rita Macedo
Enviado por Rita Macedo em 11/11/2017
Reeditado em 11/11/2017
Código do texto: T6168396
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