Sou a força
Sou filho da cultura
Sou brincante do sertão
Sou livre, sou escultura
Sou à força do perdão
Sou sua loucura
Sou o verde desse chão
A vida que luta e não cessa
Sou a nuvem que passa
E não chora
E o guerreiro do sertão
Deixa sua terra, vai embora
E com ele vai a saudade, a solidão
O gado morre
A asa branca se despede
Só resta o chão rachado
Mas a seca não impede
O Mandacaru cresce
Se chove, o verde aparece
Sou a dança, eu danço
Sou o teatro, eu enceno
Sou a alegria do palhaço
Que mesmo triste é feliz
Não sou de aço
Sou o que o meu povo quis
Sou o chão rachado
O Sol escaldante
Sou o verde
Que teima em sobreviver
Sou a força que me faz viver