O SILÊNCIO DA CATEDRAL
Caminhando entre luzes e sombras,
Posto-me entre os mármoreos corredores
Da imponente catedral belenense.
Contemplo as hagiograficas telas de Landí,
Mas sinto outra presença por aqui...
É manhã de terça. O templo está silente.
Sento-me no mármore e o vento passa com olores
Da baía guajarina, das Docas.
No silêncio da catedral, outra presença,
Embora, na praça, haja motores e buzinas,
Há Espírito de Deus, por entre as colunatas
Sob a proteção de Santa Maria de Belém,
Nos tênues lumes amarelos, vê-se bem,
Lê-se o nosso próprio ser e suas lacunas
Sequiosas do Amor em águas vivas
Mas, aqui reluz Jesus e Sua vivência.
Soberbas, erguem-se, as tubas do órgão musical
Igrejiformes, apontando para o alto;
Engenho humano, por amor às liturgias
Junto às vozes do coral em louvação
Nas pontificais e solenes santas missas
Presididas pelo bispo, santa ação,
Quando o coração da assembleia pulsa em saltos
E o culto à Hóstia Santa é magistral...
A Palavra Viva e Santa está presente;
Faz-se sentir por quem a busca, veemente,
Ela passeia no silêncio deste templo,
Sua cátedra de verdade, compreendendo,
Ela sopra Seu Espírito, brisa e vento...