"Dá Tristeza e Dá Prazer"

Sem chuva, qual o destino?

Não se tem o que fazer

Povo sofre, bicho morre

Não há nem o que comer

O sertão do nordestino

Dá tristeza e dá prazer

Quando chove é diferente

Os olhos têm o que ver

Violeiro faz repente

Dá vontade de viver

O sertão do nordestino

Dá tristeza e dá prazer

Quando há seca no sertão

Falta água pra beber

Se enruguece todo chão

Sofro até para dizer

O sertão do nordestino

Dá tristeza e dá prazer

No inverno é diferente

Milho verde a valer

O velho fica contente

Vai pra roça se entreter

O sertão do nordestino

Dá tristeza e dá prazer

Até sapo se alegra

Cavalo volta a correr

Passarinho faz seu ninho

Canta no amanhecer

O sertão do nordestino

Dá tristeza e dá prazer

Quando fui a Juazeiro (CE)

Me inspirei para fazer

Foi bonito o que vi

Comecei a escrever

O sertão do nordestino

Dá tristeza e dá prazer

Quando estava retornando

Comecei entristecer

Vi criança trabalhando

Pra poder sobreviver

O sertão do nordestino

Dá tristeza e dá prazer

Ao chegar a Cajazeiras (PB)

Foi que pude perceber

O que eu havia feito

Em poesia descrever

Que o sertão do nordestino

Dá tristeza e dá prazer.

Héber
Enviado por Héber em 10/08/2007
Código do texto: T601255