caatinga

A beleza está na menina

com vestido de chita

No menino descalço

No chão de terra batida

No por do sol do árido sertão

Onde há pouca beleza

Ou uma beleza ímpar

Onde o sol ilumina esplendorosamente

O cinza

A beleza se vê no chão cheio de fendas

No rosto rachado do agricultor

Que anda de mãos dadas

Engilhadas

Apoiado em bengalas

Com seu amor de toda vida

A beleza do sertão tem cheiro

Próprio

Cheiro de infância

Cheiro de família

Tem experiência única

Tem poesia popular

Tem trovador

Tem observadores do tempo

Metereologista sem letras

Tem sabedoria ensinada pela vida

Que só um grande aprendiz

Consegue captar

Mesmo sem saber ler nem escrever

Sem estudar

Ainda assim consegue transformar

Toda dor em beleza

Toda tristeza

Em poesia

So no sertão

Se vê a beleza da caatinga

Quando o sol castiga.

Ana Claret
Enviado por Ana Claret em 28/11/2016
Código do texto: T5837334
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