caatinga
A beleza está na menina
com vestido de chita
No menino descalço
No chão de terra batida
No por do sol do árido sertão
Onde há pouca beleza
Ou uma beleza ímpar
Onde o sol ilumina esplendorosamente
O cinza
A beleza se vê no chão cheio de fendas
No rosto rachado do agricultor
Que anda de mãos dadas
Engilhadas
Apoiado em bengalas
Com seu amor de toda vida
A beleza do sertão tem cheiro
Próprio
Cheiro de infância
Cheiro de família
Tem experiência única
Tem poesia popular
Tem trovador
Tem observadores do tempo
Metereologista sem letras
Tem sabedoria ensinada pela vida
Que só um grande aprendiz
Consegue captar
Mesmo sem saber ler nem escrever
Sem estudar
Ainda assim consegue transformar
Toda dor em beleza
Toda tristeza
Em poesia
So no sertão
Se vê a beleza da caatinga
Quando o sol castiga.