Estradinha de terra
Estradinha de terra sempre leva a gente a um lugar de frescor
A um cheiro de relva nativa, a um perfume esmerado de flor.
A uma casinha enfeitada com chaleira no fogão
Com vasos nas janelas e beirais sem corrimão.
A soleira de uma porta, a um banquinho de pau robusto,
A um senhor pensativo, a um olhar de susto.
A um bom dia desconfiado,
A um “se achega” fraternizado.
Estradinha de terra sempre leva a gente a um lugar de frescor
A uma horta de varia folhagens, desde os brócolis a couve flor.
Da vargem e do pepino, do tomate e do chuchu,
Da berinjela e jiló, pimentão e quiabo, ao palmito de bambu.
Ao soberbo dia claro, à tardinha de louvor,
A noite de sonhos mornos, as madrugadas de amor.
Uma estradinha a outra estradinha, a um rio de pouca corrente,
A um mundo de poucos vícios, a uma história diferente.
Estradinha de terra ladeada de marrom, com cercas verdeadas com cascalho no chão,
Que sempre leva a gente, ao leito quente da natureza, ao abraço intenso do sertão.
........... “ Catarino Salvador “.