ERNESTO E MARIETA

Lá na rua Augusta, bem nas brenha desse Brasilzão,

quando o sol anuncia que é meio dia,

Dona Isaura escalda o macarrão, dá uma colherada

na canjica e dança com a panela na mão,

o neto se agarra na bainha da saia e depois puxa pela mão.

Lá mesmo na rua Augusta, ao som da marchinha de carnaval,

as donas largam o avental e correm em meio a multidão para

encontrar os amores perdidos e iludidos pela sincronia do

carnaval. E bem, em um beco perdido na escuridão, eis que

surge mais um para roubar-lhes o coração, e assim sem querer,

sem entender, assim, bem assim, é feito o tal do Ernesto.

Ernesto bem crescido se vê sem escolha, e se envolve nesta bolha,

nesta bolha, a bolha chamada senado, pobre moço sem juízo,

perde o reinado antes mesmo de ser bem dotado, pobre coitado,

foi roubado. Foi o tal do Arnaldo.

Ernesto, perdido, decide tentar mais uma vez virar gente,

se perde quando descobre como mente, a vida para ele é só

mais um acidente.

O tal do Ernesto, não consegue diferenciar o certo do errado,

e em meio ao emaranhado do enrolado juízo que perdera,

se vê sem eira nem beira, trôpego, sozinho, buscando carinho

encontra a tal da Marieta, mulher porreta que o concerta

pedindo uma certa gorjeta.

Logo Ernesto e Marieta completam uma faceta, com a chave

na gaveta pegam todo dinheiro

do senado e deixam ainda um recado, para o tal do Arnaldo:

Adeus seu abestado!

Isabela Borges
Enviado por Isabela Borges em 21/10/2016
Código do texto: T5798911
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