O BOSQUE DO SILÊNCIO
No meio de araucárias, ciprestes vetustos e altaneiros,
Alude que se oscilam com o vento, os poemas infindos,
Contrapondo o desalinho rasteiro à altivez do pinheiro,
São vida e sonhos inteiros: teus olhos a mim tão lindos.
Busco nos lampejo dos rastros apagados da campanha...
No entorno reina silêncio, não de paz, mas o de agonia,
Do silêncio o poeta se alimenta, nasceu em uma cabana,
Sigo campereando esse bosque de poemas dia após dia.
O odor dos pinheiros são meus versos que soam vazios,
Pelos estranhos e maltratados caminhos vou buscando,
A agônica saudade túrgida no peito, como um vento frio,
Esperança enrolada em ataduras de neblinas soluçando.
De meu poncho faço minha cama, do arreio travesseiro,
Preencho assim o vazio do peito, tomando meu amargo,
Aos gritos das curicacas, com meu cavalo companheiro.
Não haver mal que sempre dure, sei de fé e experiência,
Nem bem que nunca se acabe é um corolário da ciência,
O Amor é superior às virações abrangentes da existência!