Paciênça
-Êi minino! Venha cá! Ande logo!
Traga a bacia cum água mo deu banhá os zói.
Água morna, visse?
Agora já daqui! Num gosto que ninguém espie, ande minino, xispe!
Minino, olhe! Vá barrê o terrêro, bem barrido tá!
-Tá tudo calado, tá uma calmaria só.
Onde deve de tá esse minino?
Só pode é tá malinano!..
Minino, onde tu tá peste? Venha já aqui!
-Já estou indo, vó! Eu não sou surdo!
Não precisa gritar!
Até quando eu tenho que dizer isto?
Eu! Não! Sou! Surdo!!!
-É meu minino!
É custume! Eu labutei por demais cum seu avô.
Ele era surdo de tudo, não ouvia nadica de nada!
E agora piorô. Tô cega e alejada inrriba dessa cama.
-Perdoa-me, vozinha!
-Me perdoa eu, meu menino.