TEMPO QUE DÁ SAUDADE
Era na hora do café... bolacha e muito pão,
sentados todos, à mesa, recitávamos a reza.
Tinha meu pai contando histórias daquela região,
dizendo... “ tempo... bom ... de apreciar a natureza...”
Tempo em que se amarrava cachorro com lingüiça
e aos gritos... e... mamãe dizia: “- Vá na venda, meu filhinho,
comprar ovos, café e sal...e deixe de preguiça!!...
Fale para seu Manoel, escrever no caderninho!!”
Tinha uma cadeira la no cantinho da cozinha
e balançava de vagar, era minha querida avó,
proseando alguns conflitos de uma vizinha,
que trabalhava em olaria, e reclamava de estar só...
E então ela entoava: “-Tem gente que está chorando,
chora de barriga cheia, corre e pula e esperneia,
na frente de toda a Aldeia...Ela vive inventando
homem usa e sai falando, até de pessoa alheia.