SAUDADES DE BELÉM DO PARÁ
Ó que saudades de Belém do Pará
Que saudades que tenho da maniçoba e do meu tacacá
Saborear o pato no tucupi, caruru, jambú, “abacaba”, cupuaçu e biriba
Tomar o açaí, roer tucumã, uxi e provar canela com mungunzá
Paçoca, cocada, quebra-queixo, bacuri, ingá e araçá não podam faltar
Lindas morenas conquistei e de arruda fiz meu patuá
Ó que saudades de Belém do Pará
De minha infância na Vila Farah
Xingú, Tapajós, Tocantins e Guajará eram as ruas de lá
De manha, bem cedinho, era o leite na garrafa, a tapioca e o côco que minha mãe botava pra ralar
Aos domingos jogava bola no Remo, Clube de Periça
Que delícias as mangas da Av. Nazaré e da Rua Brás de Aguiar
Ó que saudades de Belém do Pará
Do futebol do Clube do Remo da época do Siroteau, Mesquita, Íris e François
Do Jorge Baleia, gordo, fazia cada defesa espetacular
Do Baenão, garoto, dava até pra “furar”
Atleta de natação, era essa a nossa função,
De carteirinha na mão ia pra “cativa” ver meu “leão” ganhar
Ó que saudades de Belém do Pará
Nadar nos lagos Água Preta e Bolonha, e nas famosas travessias da Baia do Guajará
Com vento terral, meu papagaio, minha curica, e a “rabiola” eram pra laçar
Empinar até a noite, diziam: cuidado com a mancha roxa que dava azar
Poderia morrer alguém, na mão, a linha era melhor quebrar
Fazia anel de tucumã, brincava de “pira-cola” e “garrafão”, tomando cuidado pro “samba” na cabeça não rolar
Ó que saudades de Belém do Pará
Das Vilas de Icoaraci, Mosqueiro e Outeiro
Dos tradicionais Carmo e Paes de Carvalho, colégios bons de estudar
Das amadas Escola Técnica e Esef-PA, faculdade que fui me formar
Do Quiosque da Praça da República, das rodas de samba, do Rancho “Não posso me amofina”
No Forte do Castelo e na Feira do Açaí também fui festeiro
Ó que saudades da Belém do Pará
No Ver-o-peso muitos peixes pra comprar
O Círio de Nazaré era sagrado acompanhar
Sonhos, lembranças, muitas saudades de lá
Amores, encontros e encantos deixei firmados pra quando voltar
Outros sonhos, várias lembranças e as eternas saudades da minha querida Santa Maria de Belém do Grão Pará