na garupa das lembranças
a lembrança pede raia
dou de rédeas nas retinas
a cavalgar em silêncio
a imensidão se descortina
do campo vem o perfume
de uma ideia desgarrada
olhos cruzam horizontes
atrás do sorriso da amada
solto as rédeas a esmo
na garupa das lembranças
para libertar a esperança
que me prende ao passado
e assim resgatar os sonhos
de um tempo encantado
o verso que nunca quis
cavalga em desatino
amor que não pealei
assombra o cristalino
trago o destino no olhar
uma ventania no peito
vivente sem muito jeito
não desistiu de pelear