SERTÃO
A torturante noite foi-se embora,
E dele a pungência não se afastou,
O fim da sua vida lobrigou,
E, silente, bradou: - Venha sem demora!
Agreste no horizonte se mostra,
E a abóbada celeste vem roçando funesto,
Dilacerando com raios grotescos
As poucas fibras q’inda o coração comporta.
Indiferente, impudico e tormentoso,
Este sol destina-lhe tenazes suplícios.
Há muito padece essas ferozes torturas,
Agora fenece já sem esboçar bravuras,
Pois que no sertão todos os sacrifícios
Parece ter como fim as sepulturas.