LAMPEJO DE LAMPIÃO
Caminha se embrenhando na caatinga,
Cercado de fiéis capangas,
Em cada emboscada das volantes,
Perigo de vida constante.
Na cabeça trazia um chapéu de couro com abas,
Cheio inúmeros adornos,
Cheiro de morte o rodeia,
Valente e sempre na espreita.
O rifle impõe o medo que apavora,
Cinturão municiado lhe enfeita os ombros,
O cordel eterniza o seu mito,
Mulheres e homens tremem ante o seu grito.
Lampejo de Lampião no escuro,
Maria bonita, cúmplice amada,
Do cangaço o rei se consagra,
Sangue, ouro e rajada de bala.
Seu triste destino selado na gruta,
Injúria, traição e mentira,
Vida forjada sob o sol nordestino,
Assim viveu e morreu o ilustre bandido.