GOIANA
Sandra Fayad
Não sou goiana por acaso.
Sou poeta.
Sou da terra de Bernardo Élis.
Sou da terra de Cornélio Ramos.
Vim lá de Atenas de Goiás, vim do brejo,
Da beira do Rio São Marcos,
Que põe na algibeira o Tejo.
Cardei sob a jabuticabeira
Mais formosa de Hidrolândia;
Tomei dois dedos de pinga,
E a pluma fui fiar na represa
do “corgo” Pirapitinga.
Não sou goiana por acaso.
Sou poeta.
Sou da terra de Coelho Vaz.
Sou da terra de Bira Galli.
Nasci no “Santuário da Serra Dourada”.
Sou “pungente”.
Dou “uma galinha para não entrar numa briga”
e “um nerole para” dela não sair.
Mas não gosto de intriga,
Nem conto vantagem.
Fui cordata com Minas Gerais,
Generosa com Tocantins;
Com Brasília, fui dadivosa.
Não sou goiana por acaso
Sou poeta.
Sou das margens do Tocantins.
Sou das margens do Araguaia,
Onde sento na areia da praia
E penso em como a vida era
Nos tempos de Anhanguera.
Não sou goiana por acaso.
Sou poeta.
Sou da terra de Mendonça Teles,
Que orgulhoso ergue nossa bandeira
E versa em elegante caçoado
Do “passopreto” à “botina ringedeira,”
Da metrópole ao povoado,
Com parada em “Colibris”
De João Felício, o profeta.
Não sou goiana por acaso.
Sou poeta.
Sou da terra de Cora Coralina
Carrego “uma tristeza telúrica
num coração aberto de sorrisos.”
“Quero amar-te mas”...
Confesso meus medos.
“Tenho sentimentos
espetados nos dedos”.
Obs.: A frase entre aspas é de José Mendonça Teles.
Foto: Catalão (GO) de Sandra Fayad.
Sandra Fayad
Não sou goiana por acaso.
Sou poeta.
Sou da terra de Bernardo Élis.
Sou da terra de Cornélio Ramos.
Vim lá de Atenas de Goiás, vim do brejo,
Da beira do Rio São Marcos,
Que põe na algibeira o Tejo.
Cardei sob a jabuticabeira
Mais formosa de Hidrolândia;
Tomei dois dedos de pinga,
E a pluma fui fiar na represa
do “corgo” Pirapitinga.
Não sou goiana por acaso.
Sou poeta.
Sou da terra de Coelho Vaz.
Sou da terra de Bira Galli.
Nasci no “Santuário da Serra Dourada”.
Sou “pungente”.
Dou “uma galinha para não entrar numa briga”
e “um nerole para” dela não sair.
Mas não gosto de intriga,
Nem conto vantagem.
Fui cordata com Minas Gerais,
Generosa com Tocantins;
Com Brasília, fui dadivosa.
Não sou goiana por acaso
Sou poeta.
Sou das margens do Tocantins.
Sou das margens do Araguaia,
Onde sento na areia da praia
E penso em como a vida era
Nos tempos de Anhanguera.
Não sou goiana por acaso.
Sou poeta.
Sou da terra de Mendonça Teles,
Que orgulhoso ergue nossa bandeira
E versa em elegante caçoado
Do “passopreto” à “botina ringedeira,”
Da metrópole ao povoado,
Com parada em “Colibris”
De João Felício, o profeta.
Não sou goiana por acaso.
Sou poeta.
Sou da terra de Cora Coralina
Carrego “uma tristeza telúrica
num coração aberto de sorrisos.”
“Quero amar-te mas”...
Confesso meus medos.
“Tenho sentimentos
espetados nos dedos”.
Obs.: A frase entre aspas é de José Mendonça Teles.
Foto: Catalão (GO) de Sandra Fayad.