O sertão outrora mar
Se do mar, se fizer sertão e não tiver mais peixe
Vai transpor as artérias do coração
Vai se comprar água mineral
Até que as fontes se esgotem num feixe.
E quando mais tarde se procure tainha ou cação
Lagarta de fogo, abacaxi, caju e fruta-pão
Vai ficar difícil achar de montão
Vai está escasso e caro pro peão.
Por isso que não se deve represar tanto
Em nome da ganância
Não se menospreza com o risco
De se perder o que outrora era abundância.
Ensine seus filhos, a mãe reconciliadora
Ensinai-nos neste momento
Não como matriarca protetora
Mas como se faz a conservação duradoura
Sujeita à intempéries
Todavia, regando raízes de mentes sensíveis
Corações insurgentes contra a intemperança
E idealizadores de amores possíveis.
30 abr 2015,
Vinicius Saint'Ana