Original I
Café com queijo,
poeira no horizonte,
o sol atrás dos montes,
afinal já passa das quatro,
cena linda de um retrato,
que paga todo esforço.
Gente humilde
que nunca viu a gente,
vê nos olhos quem é decente,
que sabe do cansaço verdadeiro,
que não seremos os derradeiros
a beber água de seu poço.
Não tá fácil de ver
coisa rara como essa,
quem não sabe o que é ter pressa
numa conversa de sotaque matuto
com gosto por todo assunto
e que não aceita desfeita.
Forças renovadas,
é hora de seguir o caminho
pra longe do som desse moinho,
longe da sertaneja hospitalidade
da bandeja de tampa de balde.
Vida que não tem receita.