Caminhos de Sairé

Quando vejo passar as cidades

Em duas metades

As vezes escondidas

Grileiros

Versões de tropeiros

Plantios esparsos

Gente simples em sua aparência

Estrada num veio

No meio dos vales ao alto e no seio

A pressa me oprime

Ao deixar pra trás

As vidas inseridas

Sem mais

Eu olho com os olhos de quem ficou

Me observando impotente

Sem precisar saber aonde vou

E aquele semblante que sequer me leu

Parece saber sobre mim

Muito mais que eu

Em cada visão das margens que passam

Nos planos de fundo

Panos que me enlaçam

Trago na memória sem explicação

Aquela viagem que em minha saudade sempre voltará

Moreno, Vitoria, Russas, Gravatá

Bezerros, de onde vislumbro o sopé

O barlavento no alto da serra

Que brinda com o verde a abençoada terra

Os caminhos e campos, belezas e encantos de Sairé

(Aos amigos: José Antonio e Marinho, cidadãos da cidade, todo o meu apreço).