CANTIGAS DO TROVADOR: ORIGEM DE CANÇÕES ATUAIS... CORDEL, SERTANEJO OU DE RAÍZES OU CURURU, ROMÂNTICA

O CORDEL é uma das bases líricas e lúdicas de nossa musicalidade e poeticidade culturais. Visto que surgira no com muitos outros recursos e instrumentos musicais, há a introdução da xilogravura. Esta tem sua presença em muitos cordeis, especialmente o nordestino. Esta técnica é muito comum e antiga em muitas cultura como a China do século VI. O traço medieval nos veio ao Brasil pela colonização portuguesa e a influência espanhola. O desenho na xilogravura é curiosamente criativo e deixa uma marca emocional e pictórica ou de temas e perfis nos cordeis. Funciona como um carimbo personificado a cada produção intelectual cuja matriz é única e recompensa o trabalho artesanal de um artesão e poeta. O artista hibridiza valores do artesão e poeta. Basta ver um cordel ou sua exposição em outros contexto que não o nordeste para nos encantar com sua graça multiforme.

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http://pt.wikipedia.org/wiki/Literatura_de_cordel

Trovadorismo, também conhecido como Primeira Época Medieval, é o primeiro movimento literário da língua portuguesa. Seu surgimento ocorreu no mesmo período em que Portugal começou a despontar como nação independente, no século XII; porém, as suas origens deram-se na Occitânia, de onde se espalhou por praticamente toda a Europa.

Apesar disso, a lírica medieval galego-português possuiu características próprias, uma grande produtividade e um número considerável de autores conservados. Marcou-se o início do Trovadorismo na península ibérica com a Cantiga da Ribeirinha, em 1198 ou 1189.

As cantigas de amigo

Essa cantiga tem sua origem popular, são marcadas pela literatura oral, ou seja, paralelismo, refrão, reiterações e estribilho, onde isso são recursospróprios do texto que servem para serem cantados e que propiciam facilitação de memorização. Nas cantidas populares, ainda são usasos esses recursos.

Essa cantiga teve origem na Península Ibérica, ela apresenta um eu-lírico feminino, pore´m com um autor masculino, ele canta seu amor pelo seu amigo, em um ambiente mais natural, em grande parte, faz um diálogo com a suas amigas ou com a sua mãe. Na cantiga de amigo, a figura feminina é de uma jovem que começa a amar, lembrando as vezes da ausencia do amado, ou cantando a sua alegria por um encontro com ele. Essa cantiga pode mostrar também a tristeza da mulher, pelo fato do seu amado ter ido para a guerra.

Essa cantiga é de amigo, e mostra que a mulher espera ansiosamente pelo amigo, visa bastante às ondas do mar de Vigo e sobre o regresso de seu amado.

Vejamos um exemplo de uma cantiga de amigo:

Cantiga de amigo de Martim Codax (paralelística)

Paráfrase

Ondas do mar de Vigo

Se vires meu namorado!

Por Deus, (digam) se virá cedo!

Ondas do mar revolto,

Se vires o meu namorado!

Por Deus, (digam) se virá cedo!

Se vires meu namorado,

Aquele por quem eu suspiro!

Por Deus, (digam) se virá cedo!

Se vires meu namorado

Por quem tenho grande temor!

Por Deus, (digam) se virá cedo!

Essa cantiga é de amigo, e mostra que a mulher espera ansiosamente pelo amigo, visa bastante às ondas do mar de Vigo e sobre o regresso de seu amado.

Fonte: http://www.colegioweb.com.br/trabalhos-escolares/literatura/trovadorismo/as-cantigas-de-amigo.html#ixzz3KUh43Dfq

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Trovadores eram aqueles que compunham as poesias e as melodias que as acompanhavam, e cantigas são as poesias cantadas. A designação "trovador" aplicava-se aos autores de origem nobre, sendo que os autores de origem vilã tinham o nome de jogral, termo que designava igualmente o seu estatuto de profissional (em contraste com o trovador).

Ainda que seja coerente a afirmação de que quem tocava e cantava as poesias eram os jograis, é muito possível que a maioria dos trovadores interpretasse igualmente as suas próprias composições.

A mentalidade da época baseada no teocentrismo serviu como base para a estrutura da cantiga de amigo, em que o amor espiritual e inatingível é retratado.

As cantigas, primeiramente destinadas ao canto, foram depois manuscritas em cadernos de apontamentos, que mais tarde foram postas em coletâneas de canções chamadas Cancioneiros (livros que reuniam grande número de trovas).

São conhecidos três Cancioneiros galego-portugueses: o "Cancioneiro da Ajuda", o "Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa" (Colocci-Brancutti) e o "Cancioneiro da Vaticana".

Além disso, há um quarto livro de cantigas dedicadas à Virgem Maria pelo rei Afonso X de Leão e Castela, O Sábio. Surgiram também os textos em prosa de cronistas como Rui de Pina, Fernão Lopes e Gomes Eanes de Zurara e as novelas de cavalaria, como a demanda do Santo Graal.

Classificação das cantigas

Com base na maioria das cantigas reunidas nos cancioneiros, podemos classificá-las da seguinte forma:

A cantiga de amor

O cavalheiro dirige se à mulher amada como uma figura idealizada, distante. O poeta, na posição de fiel vassalo, se põe a serviço de sua senhora, dama da corte, tornando esse amor um objeto de sonho, distante, impossível. Mas nunca consegue conquistá-la, porque eles pertencem a diferentes níveis sociais.

Neste tipo de cantiga, originária de Provença, no sul de França, o eu-lírico é masculino e sofredor. Sua amada é chamada de senhor (as palavras terminadas em or como senhor ou pastor, em galego-português não tinham feminino). Canta as qualidades de seu amor, a "minha senhor", a quem ele trata como superior revelando sua condição hierárquica. Ele canta a dor de amar e está sempre acometido da "coita", palavra frequente nas cantigas de amor que significa "sofrimento por amor". É à sua amada que se submete e "presta serviço", por isso espera benefício (referido como o bem nas trovas).

Essa relação amorosa vertical é chamada "vassalagem amorosa", pois reproduz as relações dos vassalos com os seus senhores feudais. Sua estrutura é mais sofisticada.

São tipos de Cantiga de Amor:

Cantiga de Meestria: é o tipo mais difícil de cantiga de amor. Não apresenta refrão, nem estribilho, nem repetições (diz respeito à forma.)

Cantiga de Tense ou Tenção: diálogo entre cavaleiros em tom de desafio. Gira em torno da mesma mulher.

Cantiga de Pastorela: trata do amor entre pastores (plebeus) ou por uma pastora (plebéia).

Cantiga de Plang: cantiga de amor repleta de lamentos.

Exemplo de lírica galego-portuguesa (de Bernardo de Bonaval):

"A dona que eu amo e tenho por Senhor

amostra-me-a Deus, se vos en prazer for,

se non dade-me-a morte.

A que tenh'eu por lume d'estes olhos meus

e porque choran sempr(e) amostrade-me-a Deus,

se non dade-me-a morte.

Essa que Vós fezestes melhor parecer

de quantas sei, a Deus, fazede-me-a veer,

se non dade-me-a morte.

A Deus, que me-a fizestes mais amar,

mostrade-me-a algo possa con ela falar,

se non dade-me-a morte."

Eu lírico masculino

Assunto Principal: o sofrimento amoroso do eu-lírico perante uma mulher idealizada e distante.

Amor cortês; vassalagem amorosa.

Amor impossível.

Ambientação aristocrática das cortes.

Forte influência provençal.

Vassalagem amorosa "o eu lírico usa o pronome de tratamento "senhor".

A cantiga de amigo

São cantigas de origem popular, com marcas evidentes da literatura oral (reiterações, paralelismo, refrão, estribilho), recursos esses próprios dos textos para serem cantados e que propiciam facilidade na memorização. Esses recursos são utilizados, ainda hoje, nas canções populares.

Este tipo de cantiga, que não surgiu em Provença como as outras, teve suas origens na Península Ibérica. Nela, o eu-lírico é uma mulher (mas o autor era masculino, devido à sociedade feudal e o restrito acesso ao conhecimento da época), que canta seu amor pelo amigo (isto é, namorado), muitas vezes em ambiente natural, e muitas vezes também em diálogo com sua mãe ou suas amigas. A figura feminina que as cantigas de amigo desenham é, pois, a da jovem que se inicia no universo do amor, por vezes lamentando a ausência do amado, por vezes cantando a sua alegria pelo próximo encontro. Outra diferença da cantiga de amor, é que nela não há a relação Suserano x Vassalo, ela é uma mulher do povo. Muitas vezes tal cantiga também revelava a tristeza da mulher, pela ida de seu amado à guerra.

Exemplo (de D. Dinis)

"Ai flores, ai flores do verde pino,

se sabedes novas do meu amigo!

ai Deus, e u é?

Ai flores, ai flores do verde ramo,

se sabedes novas do meu amado!

ai Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amigo,

aquel que mentiu do que pôs comigo!

ai Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amado,

aquel que mentiu do que mi há jurado!

ai Deus, e u é?"

(...)

Eu lírico feminino.

Presença de paralelismos.

Predomínio da musicalidade.

Assunto Principal: saudade

Amor natural, espontâneo e possível.

Ambientação popular rural ou urbana.

Influência da tradição oral ibérica.

Deus é o elemento mais importante do poema.

Pouca subjetividade.

Em cantiga de escárnio, o eu-lírico faz uma sátira a alguma pessoa. Essa sátira era indireta, cheia de duplos sentidos. As cantigas de escárnio (ou "de escarnho", na grafia da época) definem-se, pois, como sendo aquelas feitas pelos trovadores para dizer mal de alguém, por meio de ambiguidades, trocadilhos e jogos semânticos, em um processo que os trovadores chamavam "equívoco". O cômico que caracteriza essas cantigas é predominantemente verbal, dependente, portanto, do emprego de recursos retóricos. A cantiga de escárnio exigindo unicamente a alusão indireta e velada, para que o destinatário não seja reconhecido, estimula a imaginação do poeta e sugere-lhe uma expressão irônica, embora, por vezes, bastante mordaz. Exemplo de cantiga de escárnio.

Ai, dona fea, foste-vos queixar

que vos nunca louv[o] em meu cantar;

mais ora quero fazer um cantar

em que vos loarei toda via;

e vedes como vos quero loar:

dona fea, velha e sandia! (...)

Crítica indireta; normalmente a pessoa satirizada não é identificada.

Linguagem trabalhada, cheia de sutilezas, trocadilho e ambiguidades.

Ironia.

A cantiga de maldizer

Ao contrário da cantiga de escárnio, a cantiga de maldizer traz uma sátira direta e sem duplos sentidos. É comum a agressão verbal à pessoa satirizada, e muitas vezes, são utilizados até palavras de baixo calão (palavrões). O nome da pessoa satirizada pode ou não ser revelado.

Exemplo de cantigas João Garcia de Guilhade

"Ai dona fea! Foste-vos queixar

Que vos nunca louv'en meu trobar

Mais ora quero fazer un cantar

En que vos loarei toda via;

E vedes como vos quero loar:

Dona fea, velha e sandia!

Ai dona fea! Se Deus mi pardon!

E pois havedes tan gran coraçon

Que vos eu loe en esta razon,

Vos quero já loar toda via;

E vedes qual será a loaçon:

Dona fea, velha e sandia!

Dona fea, nunca vos eu loei

En meu trobar, pero muito trobei;

Mais ora já en bom cantar farei

En que vos loarei toda via;

E direi-vos como vos loarei:

Dona fea, velha e sandia!"

Este texto é enquadrado como cantiga de escárnio já que a sátira é indireta e não se cita o nome da pessoa especifica. Mas, se o nome fosse citado ela seria uma Cantiga de Maldizer, pois contém todas as características diretas como sátira da "Dona". Existe a suposição que Joan Garcia escreveu a cantiga anterior uma senhora que reclamava por ele não ter escrito nada em homenagem a ela. Joan Garcia de tanto ouvi-lá dizer, teria produzido a cantiga.

Crítica direta; geralmente a pessoa satirizada é identificada

Linguagem agressiva, direta, por vezes obscena

Zombaria

Linguagem Culta

http://pt.wikipedia.org/wiki/Trovadorismo

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Captured by your eyes

I can see the other side

These whispering sounds from cold walls

Sharp is the silence

Will I surrender now?

I'm falling, I'm falling down

I'm falling, I'm falling

I'm falling, I'm falling down

I'm falling

Take me wandering

Down the lane of winters past

Rich golden sounds from great halls

Fragrance lingers

Who would still remember you?

I'm falling, I'm falling down

I'm falling, I'm falling

I'm falling, I'm falling down

I'm falling down

Still standing in your world

Still playing farewell in vain

Calling out to my hero

Calling out just to hear your name

I'm falling, I'm falling down

I'm falling, I'm falling

Calling out just to hear your name

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TRADUÇÃO DA CANTIGA DE AMOR ACIMA: DOS NOSSOS TEMPOS:

Capturado pelos seus olhos

Eu posso ver o outro lado

Estes sons sussurrados de paredes frias

Sharp é o silêncio

Será que eu me rendo agora?

Eu estou caindo, eu estou caindo

Eu estou caindo, eu estou caindo

Eu estou caindo, eu estou caindo

Eu estou caindo

Leve-me vagando

Abaixo da pista de invernos passados

Sons dourados ricos dos grandes salões

perdura Fragrância

Quem ainda se lembraria de você?

Eu estou caindo, eu estou caindo

Eu estou caindo, eu estou caindo

Eu estou caindo, eu estou caindo

Eu estou caindo

Ainda de pé em seu mundo

Ainda jogando despedida em vão

Chamando para o meu herói

Chamando só para ouvir o seu nome

Eu estou caindo, eu estou caindo

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http://pt.wikipedia.org/wiki/Trovadorismo
Enviado por J B Pereira em 29/11/2014
Reeditado em 12/12/2014
Código do texto: T5053178
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