Morte de um Poeta.
Por carlos Sena
Quando morre um poeta,
talvez seja força de expressão,
porque poeta nunca morre
muda de dimensão.
Sebastião Paraibano se mudou de repente
num repente sibilado por Deus.
Sumiu, deixou os seus
num compasso agalopado!
Fez da estrada escola,
e da viola seu doutorado.
Partiu nos primeiros raios da manhã,
para não contrariar a noite nem as estrelas.
Mas,
quando a noite chegou
não encontrou constelação...
Desesperada,
a noite olhou pro céu e viu que havia festa,
e era a chegada de Sebastião.
Silenciosa,
a noite se recolheu e ordenou:
que os galos não cantassem;
que os vaga-lumes vagassem sem lume;
que os grilos ficassem em cochicho;
que as corujas, no capricho, vigiassem o firmamento.
Ordenou, entrementes,
que uma carpideira solitária
soltasse a voz num martelo agalopado -
réquiem estilizado na forma de um um repente.
Por isso repito sem pretensão que
quando morre um poeta,
talvez seja força de expressão,
porque poeta nunca morre
muda de dimensão.
Não é Sebastião?
Por carlos Sena
Quando morre um poeta,
talvez seja força de expressão,
porque poeta nunca morre
muda de dimensão.
Sebastião Paraibano se mudou de repente
num repente sibilado por Deus.
Sumiu, deixou os seus
num compasso agalopado!
Fez da estrada escola,
e da viola seu doutorado.
Partiu nos primeiros raios da manhã,
para não contrariar a noite nem as estrelas.
Mas,
quando a noite chegou
não encontrou constelação...
Desesperada,
a noite olhou pro céu e viu que havia festa,
e era a chegada de Sebastião.
Silenciosa,
a noite se recolheu e ordenou:
que os galos não cantassem;
que os vaga-lumes vagassem sem lume;
que os grilos ficassem em cochicho;
que as corujas, no capricho, vigiassem o firmamento.
Ordenou, entrementes,
que uma carpideira solitária
soltasse a voz num martelo agalopado -
réquiem estilizado na forma de um um repente.
Por isso repito sem pretensão que
quando morre um poeta,
talvez seja força de expressão,
porque poeta nunca morre
muda de dimensão.
Não é Sebastião?