Sertanejo, guerreiro!
E mais um dia começa para o sertanejo.
Quando, ao acordar, vê seu céu enegrecido de canto-a-canto,
Pensa: “será hoje”?
E relembra momentos onde havia fartura
De água, de alimento...
Seus olhos marejam e uma lágrima vem saudar aquele tímido sorriso
Que evidencia os momentos felizes de outrora.
Sertanejo, homem bom, trabalhador, simples...
Um verdadeiro guerreiro que em cinzas campos de batalha,
Exibe sua habilidade para livra-se das intempéries
E da aspereza da natureza e da vida,
Sem tantos danos.
Aqueles, vaqueiros, põem seu gibão e vão para a lida.
No imenso mar cinza de afiadíssimas lanças naturais,
Bailam para livrar-se dos cruentos encontros.
E ao fim do dia, retornam para as suas
Com toda a alegria que sua seriedade lhes permite.
Sertanejas, guerreiras do lar e dos campos,
Resilientes damas cuja vaidade,
Embora quase que sobreposta pela dureza do seu dia-a-dia,
Vem sutilmente agraciar os seus.
Sertanejos, guerreiros imbatíveis
Inspirados por sua fé em padroeiros divinos
Que lhes unge com o manto sagrado da perseverança,
Da alegria e da renovação da fé.
Sertanejo, povo duro e esperançoso,
Que se rende aos prenúncios dos magníficos e pesados nimbostratus
Os quais, enquanto levados por levianos ventos,
Deixam cair sobre o imenso sertão
As pesadas lágrimas do divino, e se vão.
E mais um dia começa na vida do sertanejo...
Quando, ao acordar, avista seu campo de batalha verde,
Seus olhos marejam e uma lágrima vem saudar
Aquele feliz sorriso que presenteia aos seus
E a vida.
Robespierre Araújo Silva