contemplação
Eu contemplo o que não é óbvio.
As marcas do templo, a exatidão das águas,
o canto dos japiins, o alimentar dos tracajás
e o florescer das vitórias régias.
Sou um cidadão amazônico,
acostumado em tirar prosa
com o majestoso garantido,
boi da baixa do São José,
com um coração vermelho na testa,
encanta o mundo com o bailado da cunhã poranga
e a saga do pajé curandeiro.
Salve essa nação da epidemia do boi contrário
vinda pela fonte da vida.
Velhos guerreiros mundurucús,
semi nus embalam o canto das matas,
pedidos de proteção ao nosso curral.
De vermelho vou brincar de boi bumbá.