FESTA DO INTERIOR

Pingo, pinga

na calçada.

Tonteia a vista.

Faz madrugada.

Chacoalha galhos.

Ventos fortes e ágeis.

Tremem verdes os fracos.

Luz retremula.

Lança seu brilho farto.

O sertão se farta

Num sorriso alumiado.

O caboclo dedilha sossegado.

Cordas tensas.

Extraindo nelas suaves notas.

De choro saudoso.

Alta madrugada afora.

O coração se acalma.

A mente voa.

O cenário pronto.

Corações enamorados.

Promessas rolam.

A dança ata

O que a palavra trêmula

oscila.

Sussurros ao pé do ouvido

da namorada

Emoldura a festa

Que nada mais pede.

E que para eles

Nunca acaba.

anna celia motta
Enviado por anna celia motta em 28/06/2014
Reeditado em 28/06/2014
Código do texto: T4862217
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