FESTA DO INTERIOR
Pingo, pinga
na calçada.
Tonteia a vista.
Faz madrugada.
Chacoalha galhos.
Ventos fortes e ágeis.
Tremem verdes os fracos.
Luz retremula.
Lança seu brilho farto.
O sertão se farta
Num sorriso alumiado.
O caboclo dedilha sossegado.
Cordas tensas.
Extraindo nelas suaves notas.
De choro saudoso.
Alta madrugada afora.
O coração se acalma.
A mente voa.
O cenário pronto.
Corações enamorados.
Promessas rolam.
A dança ata
O que a palavra trêmula
oscila.
Sussurros ao pé do ouvido
da namorada
Emoldura a festa
Que nada mais pede.
E que para eles
Nunca acaba.