Águas verdes lambem a margem
De um escuro amarronzado
Onde a canoa de lado
Corre ligeira no encalço
Do peixe fugidio e enfezado.
O índio na mata nascido
Criado cheirando o rio
Aprendeu com o pai o brio
De ser forte e destemido,
Conduzindo o estreito barco
Espadanando nos charcos
A água que lhe dá a vida
E a comida pelo arco
Da flecha bem dirigida.
Índio, canoa e flecha
Dá ao rio o movimento
Nas águas que o barco fecha
Traz à família o sustento.
No entanto
O desmatar sem critério
Faz do futuro um mistério,
Para o índio um desencanto.