Não é ficção, é Nordeste
O Nordeste não é ficção
Nordeste é uma Nação
Tens nome, sobrenome
História, fama e cultura
Sob conquistas travadas
Com atos de bravura
Ferventes afro-descendentes da Bahia
Tens a nascente do rio dos siris, em Sergipe
Do latim lacus: "tanque, lago", assim é: Alagoas
“Paraná” é "mar comprido" e puku, isso: é Pernambuco
Pará = rio, e iba = rio que não se navega: é Paraíba
É do Rio Grande Norte, os Tupis Potiguar ou Potiguara
Em arqueológicas pedreiras estão as pinturas rupestres do Piauí
Literalmente canto da jandaia, ará, ou até siriará: Ceará
Emaranhados rios e mares serpejam: Maranhão
Caatinga. Mandacaru. Vaqueiro bravo, e a flor de caju
Escaldante Sertão, que os imperiais chamavam de “Desertão”
Interioridade semiárida com paisagem árida
Devias não ter ofensas nem mesmo em ficção
Por contrastes, exuberância, biografia e tradição
Cobiça estrangeira desde os índios Tupis, da serra ao litoral
Tabuleiros, galos e poleiros, cerrado e cabaceiras
Praias de águas verdes com tempero e sal
Belezas naturais, doces águas de “Pará” = rio
Ceará Terra do sol. Serra e mar. Do Sertão e do vento aracati,
Da lua tão bela e nua, de luz solar setentrional
A voz do Nordeste à mesa, tem vez
Apenas calado fica na hora do almoço
Cavalos selados, amores alados ao raiar do dia
Mas, fala aí papagaio, diz o que tu sabes!
Proferes uma bela frase de tua autoria!
Fala papagaio, mexe teu bico com o que tu tens a dizer!
Ou cantas uma canção daquelas fáceis de se aprender
Libera a metáfora que priva um coração com ansiedade
Ou guarda a realidade ao teu sincero bem querer
Flor de maracujá, terra, poeira e calorão
Folhas verdes do Juazeiro, refrescam o verão
Tem sofrimento sim, porque existe omissão
Raios de sol queimam o agrário
Pisadas descalças em plantações com espinhos
Na alcova, o libido reproduz prole de meninos
Somos fortes, pois vencemos as invasões estrangeiras
E do Agreste, somos raiz
Como posso não amar o meu Torrão?
Á chuva pode até demorar, mas tem poeta que diz:
O Nordeste não é ficção
Nordeste é uma Nação