A nave forrobodó
Numa manhã errante
Viajo por sobre a Terra
Rousseau paira radiante,
Galileu à sua espera,
As órbitas andam sem eixo
Vibrando a festa dos cometas
Na “teoria do desleixo”
Sobrevoo formigueiros e castas
Navego noutros mares
Entre primos e primatas,
Como poeira nos ares...
Conquisto o Sol e a Lua
De São Jorge alugo o alazão,
Solto o Frevo pela rua
Firmo o reboco, risco o chão...
No “Grande Sertão: Veredas”
Forrobodó, caatinga e rendas
Sob cajuína, milho, quentão,
Repentista desbravando Sertão,
Nave Manguebeat cultural
Livrai-me do engodo e do mal
Do eixo vil, sem fronteiras, padrão,
Guia-me, veículo de luz,
A não carregar essa cruz
Capenga, pois, sou Saci do bem,
Aquém, além, desdém... alguém?
Livrai-nos do mal, Amém!
Niedson Medeiros, 18 de dezembro de 2013