Cabo Frio: De Vespúcio à Victorino Carriço
Ó Vespúcio, o primeiro forasteiro
A pisar nas terras de Cabo Frio
E o primeiro a fazer delas o seu abrigo
Se tornar a primeira feitoria do Brasil “descoberto”.
Ah! Terras, que fizeram jorrar rios de sangue,
Devido ao ouro-vermelho do pau-brasil,
Que se tornara aos portugueses o alicerce
De uma riqueza memorável.
Ó Cabo Frio, terra dos tamoios,
Que se tornaste parte da Capitania de São Vicente,
De onde veio Antônio Salema para devorá-los
Como se fossem um cardume de peixes impiedosamente.
Ó goitacases amigos dos franceses,
Que se escondiam bem nas restingas de Cabo Frio
E que viram Constantino Meneláu destruí-los,
Diante dos olhos dos franceses em sepulcro.
O mesmo Meneláu espulsara
Os holandeses, as naus dos ingleses,
Diante dos olhos de Felipe II, que o ordenara
A construção de uma vila nestas terras;
E nestas terras em 13 de novembro
De 1615 no Morro do Arpoador,
Diante da Casa de Pedra, Cabo Frio
Se tornara mais uma cidade do imperador.
Ó Cabo Frio de sua história fabulosa,
Hoje você tem graças à ela,
As pedras sulcadas, as igrejas, a sua fonte e sua capela
No alto do Morro da Guia.
Ah! Cabo Frio, do Forte São Mateus,
Da Ponte Feliciano Sodré, do Anjo Caído,
Até para Teixeira e Souza o pai romanceiro dos romances,
Diante desta terra ao artista popular Antônio de Gastão.
Ó Cabo Frio, do sergipano José de Dome da arte expressionista,
Do sal do auge ao fim derradeiro nas salinas,
De Sebastião Lan lutador da causa agrária,
Até aos negros que sofreram também nestas terras.
Ah! Cabo Frio, do Farol Lajinha, o guia dos pescadores,
Da Laguna de Araruama, que se tornou lugar de lixo,
Do seu descobrimento e de suas glórias,
Até ao saudoso poeta Victorino Carriço.
Rodrigo Poeta - 26/03/00
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O poema “Cabo Frio : De Vespúcio à Victorino Carriço” é recitado pelo poeta no programa Espaço Arte-Educação da Cabo Frio TV, apresentado por Guilherme Guaral em 11/06/03 e publicado no Jornal
de Sábado em 13/09/03.