PAINÁCIO
Por volta de 1730
O primeiro diamante aparece
Os coronéis vêm para Diamantina
E assim a fama cresce
Mas no meio disso tudo
Inácio negro parrudo
Era do coroné a confiança
Conquistou o maior tesouro
Que pra o coroné era sua criança
A sinhazinha foi que viu primeiro
E de Inácio fez questão
Se apaixonou pelo negro
E com ele desbravou o sertão
O coroné não queria
Era contra o tal amor
Mas sua filha bem ladina
Por Inácio se apaixonou
O coroné chamou os capangas
E do Inácio queria a cabeça
Pediu que o matasse
Com tanta malvadeza
O Inácio mais esperto
Com o guarda chuva do amor
Foi para o morro bem alto
Que de lá pulou
Os capangas deram por morto
E a notícia se espalhou
Inácio tão malandro
Escondeu entre o morro
E a sinhazinha raptou
Diz a boa lenda
Que viveram felizes
Mas a quem acredita
Que da aquela caída
Do negro nada sobrou...