Copacabana, história e fama

Diante dos olhos da natureza eis que surge

No Rio de Janeiro, do vaidoso nativo fluminense

(em latim: flumen, literalmente "rio")

Por encantos divinais de uma geografia bacana

E margeado pelo azul do mar atlântico

Uma Vila chamada Copacabana

De um Sítio arenoso e repleno de pitangueiras

E com a delícia floral de imensos cajueiros

Morada humilde do bravo pescador e da ave socó

Do vasto litoral de clima tropical, entre Leste e Sul

Com vento e calmaria em adornos tão garbosos

Onde mais tarde, tornou-se abrigo de muitos famosos

Inédito povoamento convertido em Província Imperial

Terral antes, pertencente aos índios Kariók,Tupi e Puri

Aldeia dos Tupinambás da Baía de Guanabara

Na construção, ideais com braços fortes e mãos diferentes

Salve os passos do Pereira e demais notáveis por estrelismo

E aos anônimos que bastante fizeram pelo urbanismo

Princípio neológico Sacopenapã, (Tupi), "caminho de socós"

Na língua dos quíchuas (Incas), também "Mirante do Azul"

Sobre rochedo, uma capela erguida se fez forte

Igrejinha marcante e demolida em outros tempos

Em dourado, mácula imagem da Virgem N. S. de Copacabana

Também é da língua Aymará (Peru e Bolívia): Kopakawana

Sua arquitetura transcende e se aproxima do céu

Na tardinha, sombras se derramam à beira-mar

Amenizando o clima abrasador do Sudeste

Copacabana das belezas herdadas de chácaras

Que anos depois recebeu o afável cognome: Princesinha do Mar

Desejado endereço conteúdo de brisas que inspiram amar

Salve o torrão São Sebastião, suas raças e religiões

Palco da episódica “Revolta do Tenentismo”

Movimento político-militar, Séc. XX, "Os Dezoito do Forte".

Depois de invasores franceses, holandeses e ingleses

Foi explorado também por espanhóis, pelo litoral

Mas superou levantes e ganhou fama mundial

Habitat ladeado de magia verdejante das montanhas

Bairro do futebol de praia, e nas areias, belas sereias

Da chuva fina, da lua, do sol e guarda-sóis em multicor

Das caminhadas no calçadão e do desinibido vendedor

Futevôlei, frescobol e da arte-show em pirotecnia

Do túnel Novo e do Velho e das obras em maestria

Território de poetas e de artistas de todas as artes

Das noites pioneiras e divertidas com a Bossa Nova

De habitantes sonhadores, tribos, cores e amores

Saudade de um tempo boêmio que não passa

Das receptivas e badaladas Boates

Do frenético e invulgar Beco das Garrafas

Mesmo com motivos insociáveis, tens requinte e glamour

Do ilustre Doutor, ao mais símplice e humilde morador

Bairro com os sub-bairros Lido e Peixoto

Tão nobre e caloroso em abraços quando é frio

E exagerado em graus pelos impulsos da paixão

Do reluzente tempo cálido e rubro da estação verão

Copacabana, divisão de harmonia com os bairros:

Lagoa, Ipanema, Botafogo, Leme e Humaitá (e com o Mar)

As ondas saltam e deslizam-se com o surfista em destreza

Humanístico agrupamento mútuo de andanças apressadas

Que não tão somente andam, como em fluxos, desfilam

Até mesmo com os automotivos e suas loucas buzinadas

Historicamente inevitável bairrismo jeito de ser

Bendito é o sol que nasce por entre as comunidades

Pavão-Pavãozinho e Morro dos Cabritos

E também: Chapéu Mangueira e Babilônia

Ora, tenhamos compaixão de tantos mortais!

Pois o desarrumo vem lá trás, dos tempos do Brasil Colônia

Cidade inserida noutra, ornada pela enseada da Zona Sul

Tracejada por quarteirões, ruas, avenidas, praças, travessas

E ladeiras curvadas donde ver-se o esplendor

Tens milhares de janelas emoldurando paisagens

Do mar, do azul do céu, da boemia, e do brilho da lua

Consome licor ebrioso ao romantismo proseado na rua

Dos calçadões da orla, desenhados em sinuosas sensações

Em pedras lusas de calcita branca e basalto negro

Delineadas em curvas como as ondas do mar

Das praças arejadas e das oceânicas marés de sal

Tablado predileto de escultores, turistas e da mocidade

Ponto de encontro da alegria e da vida da cidade

É peculiar, a gentileza do idoso e a simpatia da madame

Em cada posto, um olhar sonhador, um desejo, um rosto

Copacabana da criança e da juventude sem idade

História do povo, do Estado, do migrante e do estrangeiro

Surgiu pra fama e fica mais brilhante no fim de ano

Ao receber milhões de aplausos, flores e benção ao oceano

George Lemos
Enviado por George Lemos em 03/11/2013
Reeditado em 25/10/2014
Código do texto: T4554127
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