Ao Sal e ao Mar de Cabo Frio
Ó mar salgado,
Quanto do teu sal fora retirado.
São lágrimas de um fim salineiro.
Ao te cruzarmos,
Quantas mãos foram usadas no sal
Junto a ti.
Quantos filhos de mães
Choraram e rezaram para que as salinas
E o mar não virassem
Imagens antigas da vida.
Quantas mulheres ficaram por casar...
Para que fosses nosso.
Ó mar salgado
Valeu a vida? Tudo vale para a vida!
Se o espírito não é pequeno,
Quem quer ser um salineiro
Ou um marinheiro?
Tem que passar além dessa dor...
Adeus ao mar.
Ao perigo,
Ao sal da vida, dos riscos.
São neles que olhamos
A imagem do horizonte, do céu,
Onde não cabe o pensar.
(Rodrigo Octavio Pereira de Andrade é poeta cabo-friense)
Poesia publicada no Jornal de Sábado