Heróis do Sertão
Sem nuvem, sem chuva, sem água
A sede está com sede
A seca é escaldante
Secaram até as lágrimas
E os sonhos de muita gente
A sequidão é um ardor
Vozes clamam pelas dores que inflamam
O rebanho deitou, faleceu
A semente não vingou
E a raiz murchou
Mas sempre há esperança e fé
Para atenuar gargantas sedentas
Lamentar e suportar já virou rotina
De dia, o sol “acalorenta”. De noite, a lua esfria
É dura a realidade do sertanejo todo dia
O politicante é indecente
Por iludir o povo ao profetizar
Ele finge que atende
Enquanto morre gado e gente
Sem a chance de reivindicar
Fome Zero!
É demagogia dizer.
Pra quê, se ela nunca tem fim?
Pois já secou também
Até as vontades de viver
Além da chuva, o governista é uma incerteza
O voto já queimou os desejos do sertanejo
Causando desnutrição e aumento da sofreguidão
São eles, verdadeiros heróis sobreviventes
De um lugar de promessas, as terras quentes do Sertão