Heróis do Sertão

Sem nuvem, sem chuva, sem água

A sede está com sede

A seca é escaldante

Secaram até as lágrimas

E os sonhos de muita gente

A sequidão é um ardor

Vozes clamam pelas dores que inflamam

O rebanho deitou, faleceu

A semente não vingou

E a raiz murchou

Mas sempre há esperança e fé

Para atenuar gargantas sedentas

Lamentar e suportar já virou rotina

De dia, o sol “acalorenta”. De noite, a lua esfria

É dura a realidade do sertanejo todo dia

O politicante é indecente

Por iludir o povo ao profetizar

Ele finge que atende

Enquanto morre gado e gente

Sem a chance de reivindicar

Fome Zero!

É demagogia dizer.

Pra quê, se ela nunca tem fim?

Pois já secou também

Até as vontades de viver

Além da chuva, o governista é uma incerteza

O voto já queimou os desejos do sertanejo

Causando desnutrição e aumento da sofreguidão

São eles, verdadeiros heróis sobreviventes

De um lugar de promessas, as terras quentes do Sertão

George Lemos
Enviado por George Lemos em 12/10/2013
Reeditado em 24/05/2014
Código do texto: T4522247
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