Secas nuvens no teto do sertão

É a terra sem teto, é o tédio na gleba

Sem nuvens, não tem teto na terra

Com a secura do chão, a pedra virou carvão

Sertão sem chuva, não tem teto, não

O clima é árido, e por natureza, abrasado

Onde a chuva não cai, o nativo, lógico, logo sai

O calo tem a mão com suor derramado ao chão

Dessa mão, o calo não desmancha, não

Moveu não, morreu, debaixo do Juazeiro

Deitou ao chão, o magro gado do sertão

O rio fica longe e o açude secou

De uma rica Nação sem transposição

As dificuldades nem aparecem depois

Porque lá já estão, e a fome fica, sem arroz

Mais um ano e não choveu, e o governo ainda ignora

O governante é burguês, o sentimento demora

A noite fica suavizada com a frieza da lua

Precisam apenas despencarem, as nuvens lá do céu

Luz não falta, tem sol, e fertilidade quando a chuva vem

Pra não continuar cruel, o povo diz amém

No quintal, canteiro plantado com amor, pimenta e flor

No pasto resta um pouco de água barrenta que sobrou

Pessoas e animais com precisão, sede e pressa

Não se pode neste século, aceitar muita conversa

A metade torna-se tudo, não fosse a fé prometida

Esperança e chuva provirão, numa terra padecida

Força e coragem traduzem o lema e tudo pode acontecer

Nuvens no sertão, é um teto que ao chão, precisa descer

George Lemos
Enviado por George Lemos em 10/10/2013
Reeditado em 10/10/2013
Código do texto: T4519408
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