Feira de vender tudo

Foi cedo pra São Paulo buscar recurso

Deixou pra traz sua terra querida

Sozinha sem rumo na cidade grande

Achou logo marido e ficou parida

Alem desse menino teve também mais dois

Pra vestir pra educar e pra dar comida

Veio de volta pro sertão sobe a promessa

que seu marido viria logo em seguida

Sua mãe cria os netos e o rapaz não dá

Noticia de chegada nem de partida

Não tem trabalho para ajudar em casa

De segunda e sexta batalha qualquer lida

Mas sábado ela se guarda, é dia de feira

Se mete no meio das outras rapariga

Com mine saia, batom e blusa decotada

Só pagar que ela deita bem desinibida

Qualquer um com vinte conto usa o seu corpo

Suas pernas suas boca e sua barriga

Com cheiro de juá e de manjericão

A noite cai escura e bem mais sofrida

Sob a luz do candeeiro se somam as rugas

As quaisquer se misturam as preferidas

Foi tratada com carinho pelo seu cliente

Calejada, ainda sofre com a despedida

Foi menina cheia de sonhos e toda contente

Fez se triste, sofredora e mulher da vida.