SONS DO CÉU DE MINAS
Horizonte aberto, sol a brilhar...
Pela trilha do vento eu vou plantando sons
Ao passo deste meu caminhar
E seguindo a luz dos teus olhos e seus tons.
Em frente ao Clube da Esquina,
Vibrando o violão, na luz de uma estrela;
Aos caprichos de minha menina,
No som do coração debruçado na janela.
Solto a minha voz nas estradas,
Pois o medo de amar é medo de ser livre.
Em tempo de noites enluaradas,
Lá se vai mais um dia e a alma sobrevive.
E, da janela lateral, céu e amor!
Notas de canções a tocarem as nuvens...
Ah! É todo um imenso esplendor,
Ao sorrir do dia a brilhar quando tu vens.
São viagens de ventania pelo ar,
Enquanto tenho os teus carinhos no ninho
E nos cabelos da amada, a tocar,
Pois tudo que move é sagrado e é carinho.
As pás a girarem nos moinhos
E os rouxinóis no meio do Brasil entre flores...
Já não estamos mais sozinhos...
Deixa a chuva cair e fazer surgir novas cores.
É cheiro de mato e o céu azul
E o meu olhar a te admirar pelas paisagens,
Ao mover de eixos norte e sul,
Descobrimo-nos no revelar destas miragens.
Aves de Minas, sol e girassol...
Na vida que se refaz na brisa de cada manhã.
Maria, Maria chega no arrebol,
Guarnecida nas vestes daquela vagante anciã.
Maria solidária vindo nos ajudar
Com tuas mãos suaves e postas a nos proteger
Da negridão dos dias, a trovejar...
Faça a prece para que o sol venha nos aquecer.
No trem azul, sob os caracóis,
Mente que não finge o existir do ser fecundo.
Torres de igrejas entre os sóis,
Nas preces sem pressa de um olhar profundo.
Cantos de serras, suor e afago...
Na chuva da montanha eu vou a te encontrar.
Noites com sol a cismar no lago
E o que quero é estar perto de ti e só te amar.
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®
Giovanni Pelluzzi
Belo Horizonte, 13 de julho de 2013.