A DOR DO SERTÃO
Lá nu meu sertão,
Eu choro ao oiá pr’aquele chão!
Tão seco...pela chuva abandonado,
Virô tudo serrado,
Agora vou-me imbora.
Criança di sede e fome já chóra...
Meu sonho é eles istar na iscola
Mas aqui, num vai dá não...
Joguei a úritma semente no chão...
E sentei na sombra
Fiquei oiando lá n'orizonte
Pra vê si a nuvem crescia
Ela foi imbóra
Serenamente partia...
Também vou-me imbóra
Minha barriga tá vazia...